sábado, 6 de junho de 2009

O Caçador de Pipas


Amir, Hassan, Sohrab, Sanaubar, Assef... Rostos desconhecidos que aos poucos começam a dar cara a história. Afeganistão, Cabul, Jalalabad, Mazar-i-Sharif... Lugares onde toda a ação acontece. Culpa, arrependimento, medo, lealdade, coragem e honra... Elementos que cruzam os personagens e seus destinos, os lugares por onde passam, e que, assim, delineiam cada parágrafo do romance escrito por Khaled Hosseini.

Afeganistão, década de 60. Onde crescem Amir Agha, o garoto rico, e Hassan, o garoto pobre do lábio leporino, filho do empregado da família do primeiro. Juntos, passam os verões e os invernos. Brincam nas árvores, na neve, perto da lareira, e soltam pipas. Esta última, sua maior paixão. E também a causa de sua separação, algum tempo depois.

Amir tem sempre condições de vantagem em relação ao amigo. Ele sabe ler, o que o torna alvo de admiração por parte de Hassan, que se contenta em ouvir as histórias lidas pelo outro. Uma tênue linha que separa a amizade da submissão. Não fosse o forte laço que os une. E que, ainda assim, não será capaz de evitar que ambos tomem rumos muito diferentes depois dos fatos ocorridos naquela competição de pipas há muitos anos atrás.

Curiosamente, o mesmo laço rompido é o que volta a uni-los, vinte e cinco anos depois, em um país arrasado pela guerra. A terra dos talibãs serve de pano de fundo para o encontro entre Amir e Sohrab, filho de Hassan - aquele que não teve as mesmas oportunidades que o amigo, e, consequentemente, nem mesmo a chance de participar desse reencontro. E a partir daí começa a busca pelo tempo perdido. Amir vê no sobrinho a chance de redimir o erro do passado. O menino vê o mundo que se abre além das portas do orfanato com desconfiança. O medo é constante, e o sentimento de culpa, extremo. Mas a expectativa em relação ao futuro em outro país é compensadora. Só que, para isso, eles precisarão deixar o Afeganistão. Com vida.


Vou confessar que o que me fez ler este livro foi a repercussão que ele teve. Indicação de amigos, a lista dos mais lidos de Veja, a propaganda da Saraiva e até mesmo o fato de já ver um filme baseado nele (confira o trailer aqui).
Mas olha, sendo bem sincero: esperava mais. O ritmo da narrativa é arrastado, e as coisas acontecem devagar. O uso de muitas palavras e expressões típicas do Oriente Médio não colabora (a não ser que você entenda perfeitamente o que se passa na Al Jazeera e tenha alguma noção do que os caras da Al Kaeda falam por lá), e deixa a leitura tediosa em muitos trechos. O autor tinha uma boa história em mãos, mas não conseguiu contá-la. E nessa, cagou até o final do livro.

Um comentário:

Luiz Eduardo disse...

Livro lindo.
O que achei mais incrível foras as descrições narrativas. Me senti em kabul.
Muito triste a história, não sabia se gostava do personagem principal.
Ainda não sei, mas achei aquele tipo de historia que se encaixa em tantas outras por ai.