The Reader, EUA e Alemanha - 2008
Indicado ao Oscar em cinco categorias: filme, direção, atriz (categoria na qual Kate Winslet realmente levou a estatueta), roteiro adaptado e fotografia. Preciso falar mais nada. Quer dizer, preciso sim.
Foi por isso que eu comecei o post, afinal.
Baseado no livro homônimo de 1995 do advogado e filósofo alemão Bernhard Schlink, o filme é marcado pela dureza. Dureza da personagem central, Hanna Schmitz (numa ótima interpretação que conseguiu, finalmente, quebrar a associção que eu sempre fiz entre a atriz e a Rose de Titanic), dureza dos fatos, e das consequências que surgem com eles. Ex-integrante das tropas nazistas que trabalharam em campos de concentração (ei! Eu disse que os fatos eram duros, não disse?), Hanna tem um comportamento seco, que aparentemente não sofre mudança alguma ao se envolver com um rapaz muito mais novo.
Neustadt, Alemanha, 1958. Michael Berg (vivido na adolescência por David Kross), o rapaz em questão, 15 anos, uma família conservadora (e de certa forma, esquisita), é exatamente o contrário. Sente-se atraído por Hanna desde que a conheceu, e ao longo do relacionamento de verão, entrega-se cada vez mais ao amor. A relação entre ambos é muito carnal, baseada mais em pele que em semelhanças. Porém, algo os une: o gosto pela leitura. Ou melhor dizendo, o gosto de Hanna em ouvir Michael ler qualquer coisa para ela. E quando eu digo qualquer coisa, eu realmente quero dizer isso. Eles vão desde Homero até A Dama com o Cahorrinho, ou até mesmo histórias em quadrinhos.
Como havia mencionado (e eu espero que você esteja prestando atenção), o romance dura apenas um verão. E ela some, sem maiores explicações, deixando o adolescente arrasado, coitadinho. O tempo passa, ele entra para a faculdade de direito, e, como parte de sua formação, vai acompanhar o julgamento de crimes ocorridos na Segunda Guerra. Lá, ele tem uma grande surpresa. E então entra em cena outro fator primordial ao deserolar dos fatos: a culpa. E a partir daí, o filme toma sentido. Michael descobre que há um segredo em jogo. Segredo pelo qual Hanna está disposta a sofrer em silêncio.
Se até então a história era morna, torna-se envolvente. Ocorre nova passagem de tempo, e Michael (agora adulto, interpretado por Ralph Fiennes) surpreende a todos com um gesto de extrema doçura e bondade, em uma das cenas mais tocantes do filme. Não mais que a tomada seguinte, onde a própria Hanna mostra a força de vontade que nem mesmo as camadas de dureza conseguem esconder. Se nem isso o emocionar até aqui, desista e vá ler a Lista de Schindler. Sério.
Foi por isso que eu comecei o post, afinal.
Baseado no livro homônimo de 1995 do advogado e filósofo alemão Bernhard Schlink, o filme é marcado pela dureza. Dureza da personagem central, Hanna Schmitz (numa ótima interpretação que conseguiu, finalmente, quebrar a associção que eu sempre fiz entre a atriz e a Rose de Titanic), dureza dos fatos, e das consequências que surgem com eles. Ex-integrante das tropas nazistas que trabalharam em campos de concentração (ei! Eu disse que os fatos eram duros, não disse?), Hanna tem um comportamento seco, que aparentemente não sofre mudança alguma ao se envolver com um rapaz muito mais novo.
Neustadt, Alemanha, 1958. Michael Berg (vivido na adolescência por David Kross), o rapaz em questão, 15 anos, uma família conservadora (e de certa forma, esquisita), é exatamente o contrário. Sente-se atraído por Hanna desde que a conheceu, e ao longo do relacionamento de verão, entrega-se cada vez mais ao amor. A relação entre ambos é muito carnal, baseada mais em pele que em semelhanças. Porém, algo os une: o gosto pela leitura. Ou melhor dizendo, o gosto de Hanna em ouvir Michael ler qualquer coisa para ela. E quando eu digo qualquer coisa, eu realmente quero dizer isso. Eles vão desde Homero até A Dama com o Cahorrinho, ou até mesmo histórias em quadrinhos.
Como havia mencionado (e eu espero que você esteja prestando atenção), o romance dura apenas um verão. E ela some, sem maiores explicações, deixando o adolescente arrasado, coitadinho. O tempo passa, ele entra para a faculdade de direito, e, como parte de sua formação, vai acompanhar o julgamento de crimes ocorridos na Segunda Guerra. Lá, ele tem uma grande surpresa. E então entra em cena outro fator primordial ao deserolar dos fatos: a culpa. E a partir daí, o filme toma sentido. Michael descobre que há um segredo em jogo. Segredo pelo qual Hanna está disposta a sofrer em silêncio.
Se até então a história era morna, torna-se envolvente. Ocorre nova passagem de tempo, e Michael (agora adulto, interpretado por Ralph Fiennes) surpreende a todos com um gesto de extrema doçura e bondade, em uma das cenas mais tocantes do filme. Não mais que a tomada seguinte, onde a própria Hanna mostra a força de vontade que nem mesmo as camadas de dureza conseguem esconder. Se nem isso o emocionar até aqui, desista e vá ler a Lista de Schindler. Sério.