Então... Sábado, dia 3, voltei de viagem, depois de 15 dias no interior, todo faceirinho, com a possibilidade de pegar praia e sol, e, consequentemente, tentar passar do tom de pele “transparente-total” para um “não-tão-transparente-assim”.
OBS: viram que eu não usei trema em “consequentemente”? Não que eu seja algum tipo de lunático saudosista que sente falta daquelas duas bolinhas estranhas em cima do U, mas enfim... Só pra constar que eu, por absoluta falta de outras opções, aderi às (e essa crase, ainda existe?) novas regras do Português. Que, obviamente, foram amplamente discutidas pelos nossos superiores porque, por absoluta falta do que fazer, preferem dar mais trabalho ainda àqueles que já passaram pelos bancos das escolas. Tudo vai bem, a economia está alavancando (afinal, “crise? Pergunta pro Bush!” Né?), nossos bandidos estão todos atrás das grades, ninguém mais passa fome, e... Ah, sim! Acordei! Desculpa gente! Mas vamo lá, retomando o foco:
Chego em casa, abro a porta, e dou de cara com várias pessoas estranhas dentro do apartamento. Hann... Faço cara de paisagem e um rápido checklist mental: 1) Estou no bloco certo? Sim. 2) Estou no apartamento certo? Óbvio! Eu consegui abrir a porta com a MINHA chave! Ótimo! Então... O que CARALHOS essa gente tá fazendo aqui?!? 11 pessoas. 12, contando comigo. E não, eu não moro numa cobertura com 9 suítes. É um apartamento de 3 quartos. E UM, quero frisar bem, UM BANHEIRO. Imagina que delícia! Nem Big Brother chega a tal nível de baixaria...
Deixa dar uma contextualizada: divido apartamento com um casal de irmãos. Eles, em sua maior inocência (tá, e eu sou o Bozo!), trouxeram a família toda pra passar o réveillon em Floripa. Nada contra. Mas desde que isso não aconteça dentro da MINHA CASA. Oi? Isso aqui é uma espécie de república de estudantes. Es-tu-dan-tes. Ao que me consta, os pais deles, mais os outros dois irmãos (com seus respectivos cônjuges e filhos) não frequentam mais nenhum tipo de instituição de ensino – not even APAE (ok, eu tinha que ser um pouco sádico. É aquela velha história... Rir pra não chorar, sabe?)!
Eu, sem ação, vou pro quarto. Costumo me esconder nele, sabe? Coisa minha... Passei o resto do dia lá, e só saí pra comprar pão mais tarde. No dia seguinte, ao acordar, varado de fome (se você não sabe o que isso quer dizer, vá no Youtube e digite algo do tipo “Maria do Carmo, novela Senhora do Destino”. Eu poderia linkar um vídeos desses aqui, mas... Tô com preguiça. E se você também estiver, ferrou. Vai ficar sem saber, mesmo...), chego na cozinha e, adivinha? Cadê o MEU pão? Cadê MEU leite? Não sou uma pessoa possessiva, mas no momento fiquei POSSESSO de raiva. Isso sem contar que tinha uma pirralha quase dentro da geladeira. A coisa funcionava quase como um rodízio: a cada vez que eu saía do quarto, dava de cara com alguém que eu ainda não tinha visto. Assim, ao longo dos dias, fui conhecendo todo mundo...
Na segunda de manhã, alguns deles foram embora. Achei que ia ter um pouco mais de sossego... Surprise! 3 pessoas foram embora. Foi um corte emocionante na superpopulação! Droga! Ainda não foi dessa vez... Hoje descobri que o resto da Família Buscapé se manda na sexta. O resto da semana vai ser longo! Mas pelo menos, agora não tem mais ninguém dormindo no meio da sala e nem comendo o que é meu. Chegamos ao cúmulo de colocar uma etiqueta na geladeira, onde ficam as minhas coisas. Assim, a convivência segue pacífica. [/ironic mode: off]
Querem brincar de adivinhação? Quem acertar a minha cara de satisfação com essa história toda ganha... Han... Er... Olha, eu acho que não vai ganhar nada mesmo! Na atual situação, não posso me dar ao luxo de prometer algo e depois me dar conta de que algum dos meus “hóspedes”, por algum motivo divino, se apropriou do prêmio...